Estudo revela os clubes que mais lucraram no mercado desde 2021; Athletico no topo brasileiro
O futebol europeu confirmou mais uma vez sua força no mercado internacional. Um estudo divulgado pelo Centro Internacional de Estudos de Esporte (CIES) mostrou quais clubes mais lucraram com transferências desde 2021. O levantamento traz um dado marcante: o Eintracht Frankfurt, da Alemanha, lidera com folga o ranking mundial. Entre os brasileiros, o Athletico-PR aparece como o melhor posicionado. O relatório também expõe os clubes que mais perderam dinheiro no período.
Entenda o relatório
A 523ª edição do CIES Football Observatory Weekly Post apresentou os clubes considerados mais inteligentes do mundo no mercado de transferências desde janeiro de 2021. Para isso, foram levados em conta apenas os jogadores contratados e que já foram negociados.
Portanto, o cálculo abaixo exclui gastos de transferências com atletas que ainda estão no elenco. Assim como nomes para da base dessas respectivas equipes.
Desta forma, subtrai o valor recebido nessa nova transferência pela quantia que foi usado para a compra. Neste cálculo sai a lista de lucro das equipes abaixo.
Frankfurt domina o mercado e lidera com lucro histórico
O Eintracht Frankfurt acumulou um saldo positivo impressionante: 286 milhões de euros desde janeiro de 2021. A cifra, que supera R$ 1,7 bilhão, consolida o clube como o mais eficiente na compra e venda de jogadores nos últimos quatro anos.
O bom resultado é impulsionado por negociações como a de Omar Marmoush, vendido ao Manchester City por 70 milhões de euros em janeiro de 2025. A saída do atacante foi apenas uma das operações que reforçaram o caixa alemão.
Na sequência do ranking aparecem instituições que já se notabilizaram por revelar e revender talentos no futebol europeu, como Brighton, Stuttgart, Atalanta e Benfica, todos com saldos superiores a 140 milhões de euros.
Os 10 clubes com maior lucro desde 2021
- Eintracht Frankfurt (ALE) – 286 mi €
- Brighton (ING) – 221 mi €
- Stuttgart (ALE) – 178 mi €
- Atalanta (ITA) – 150 mi €
- Benfica (POR) – 147 mi €
- RC Lens (FRA) – 134 mi €
- Udinese (ITA) – 128 mi €
- Union Saint-Gilloise (BEL) – 113 mi €
- Lecce (ITA) – 113 mi €
- Lille (FRA) – 112 mi €
O levantamento reforça o peso de estratégias de scouting, revenda e captação de jovens atletas — características comuns aos clubes presentes no topo do ranking.
Clubes brasileiros aparecem fora do Top-20
O Brasil não figura entre os grandes destaques mundiais, mas alguns clubes conseguiram números expressivos em comparação ao cenário nacional. O melhor deles é o Athletico-PR, que ocupa a 27ª posição, com 76 milhões de euros de lucro. O lucro chega a 22 milhões de euros, apesar de despesas pesadas de 98 milhões. A renda de 71 milhões garante um saldo final de 49 milhões, indicando que o modelo de gestão funciona e continua sustentável.
O Botafogo RJ segue caminho parecido. Com receita de 135 milhões e gasto de 86 milhões, o time fecha o ciclo com um saldo de 49 milhões. A equipe mantém gastos altos, mas compensa com receitas bem distribuídas. A direção aposta em crescimento constante, mesmo sem grandes sobras de caixa.
O Internacional completa o trio mais consistente. Lucrou 29 milhões, gerou 49 milhões em renda e terminou com gasto de 20 milhões. A combinação entre controle e previsibilidade explica a colocação.
Clubes médios se destacam pelo equilíbrio financeiro
A parte intermediária da tabela reúne clubes que gastam pouco, faturam o suficiente e fecham no verde.
O Cuiabá é um dos destaques. Com despesas baixas e renda de 18 milhões, termina com saldo de 16 milhões. Um desempenho robusto para quem trabalha com orçamento modesto.
O RB Bragantino segue a mesma linha, com saldo de 16 milhões. A estratégia de investimentos controlados e foco em formação rende frutos contínuos.
Bahia, Atlético Mineiro, Fluminense e Fortaleza também aparecem bem posicionados. Todos registram saldos entre 14 e 15 milhões. O grupo representa o segmento de clubes que dominam o próprio orçamento e evitam riscos elevados.
Clubes tradicionais oscilam e mostram contrastes dentro do país
Entre os mais populares, alguns enfrentam irregularidades financeiras. O Vasco, mesmo com grande torcida, fecha o período com apenas 9 milhões de saldo. As despesas crescem, a receita oscila e o lucro não acompanha o volume necessário para estabilizar o caixa.
O Santos, ainda em processo de reconstrução, aparece com 8 milhões de saldo. A movimentação contida indica impacto das dificuldades dos últimos anos.
Cruzeiro, Vitória e Corinthians apresentam saldos positivos, mas modestos. O Timão, apesar de uma renda de 45 milhões, termina com apenas 4 milhões de saldo. O sinal de alerta permanece aceso.
Flamengo surpreende negativamente e encerra com saldo abaixo do esperado
O Flamengo vive um ponto fora da curva. Mesmo com o maior potencial de geração de receita do país, o clube fecha com saldo negativo de 8 milhões de euros. As despesas de 27 milhões pesam e deixam o clube na parte crítica da lista.
O resultado contrasta com a estrutura do Flamengo e chama atenção no cenário nacional. É um dado que pode impactar a estratégia para a próxima temporada e pressiona a direção a recalibrar o orçamento.
Clubes em situação preocupante encerram no vermelho
Coritiba, Grêmio e Ceará encostam no limite, mas o maior problema aparece no Coxa.
O Coritiba fecha com saldo de -18 milhões, o pior registro entre os clubes analisados. As receitas não respondem, e a diferença entre despesa e renda compromete a saúde financeira.
O Grêmio, com saldo de -1 milhão, e o Ceará, zerado, também exigem atenção. A margem curta limita investimento, competitividade e planejamento.
